O Managing Partner Jorge Carvalho foi convidado a participar na recente edição do Fórum de Parceiros da IT Channel.
A edição ocorreu em formato digital e foram abordados temas de relevo como o estado atual do mercado de IT e as principais marcas deixadas pela Pandemia, mas também as principais tecnologias emergentes.
Um dos temas de destaque foi sobre qual o impacto do Plano de Recuperação e Resiliência na transição digital das empresas.
O mercado de IT em Portugal e as principais marcas deixadas pela pandemia
A pandemia provocada pela COVID-19 levou à aceleração dos processos de transformação digital das empresas. As organizações que não apostarem na digitalização terão mais dificuldades em ultrapassar a crise atual.
Jorge Carvalho:
“Antes da pandemia, o mercado de consultoria de gestão e tecnologias de informação já estava em crescimento. Observavam-se muitos operadores globais a instalarem-se em Portugal e a prestarem serviços a partir de Portugal durante a pandemia.
Os nossos clientes mantiveram a procura. Verificamos um aumento na procura de serviços ligados aos processos de digitalização de negócios. Houve também muitos projetos que finalmente foram aprovados para automatização, para utilização de machine learning em digitalização de processos e uma procura de melhorias na eficiência e soluções que permitam, quer seja por automatização ou por machine learning, o aumento da eficiência dos serviços prestados pelos nossos clientes ou dos produtos fabricados. Vamos ter um ambiente de trabalho híbrido. Adaptamo-nos durante este período e percebemos que é efetivamente possível prestar os serviços remotamente”.
As principais tecnologias emergentes e mercados verticais que podem acrescentar valor tanto aos Parceiros, como ao Canal
Ao longo do último ano, tem-se registado um crescimento exponencial em tecnologias relacionadas com o processo de transformação digital das empresas, como é o caso da cloud, do 5G e machine learning.
Jorge Carvalho:
“Sendo a Brighten uma consultora de negócios e de tecnologias de informação, o nosso foco nesta área não está tão relacionado com o hardware, mas sim com o tipo de soluções. Obviamente que a cloud é dinamizadora e potencia a adoção de soluções e, por outro lado, simplifica tudo o que é a gestão e a entrega da infraestrutura de suporte a soluções. Esta é uma área onde temos verificado o maior crescimento. Em termos de tecnologias associadas a soluções que entregamos, temos visto uma grande adoção e procura pelos APA, que são soluções de robótica para automatização de processos e que permitem ganhos de eficiência e desempenhando de tarefas que são muito repetitivas e de pouco valor acrescentado, de forma totalmente automática. E por outro lado, o machine learning que permite também embeber a capacidade de avaliação e tomada de decisões nas próprias soluções e com isso consegue trazer valor a uma função de produção, distribuição ou de manutenção. Está é uma tendência que se tem observado muito. Temos implementado várias soluções deste tipo, com ganhos bastante significativos e eu diria que é uma das tecnologias que veio para ficar e acrescentar valor às soluções dos nossos clientes”.
A relação dos Parceiros com a indústria
A relação com os vendors tem sofrido grandes alterações devido aos novos modelos de negócio. Os ecossistemas têm vindo a substituir os programas de Canal tradicionais.
Jorge Carvalho:
“Em 2020, a Brighten aprofundou a relação de Parceria com a SAP, provavelmente o nosso maior Parceiro de software. Passámos a ser Parceiro de reseling, de licenças e de build, ou seja, de desenvolvimento de soluções para integrar no marketplace deste software e estamos também a finalizar o processo de suporte direto aos clientes da SAP. Com este vendor temos verificado um investimento bastante grande na digitalização dos canais de comunicação e na oferta cada vez maior de serviços, no que diz respeito a serviços de apoio aos Parceiros de Canal, uma vez que desapareceram todas as formas físicas de juntar Parceiros, clientes e fornecedores. A SAP tem vindo a desenvolver alternativas no mundo digital.
Como Parceiro, o que sentimos é que realmente estamos ainda mais apoiados e que a relação com o cliente está cada vez mais bem suportada. A relação com os outros fabricantes, nomeadamente com a SAGE X3, da qual somos também Parceiros, sofreu ainda algumas melhorias.
Passamos a trabalhar ainda mais de perto e com melhores resultados, mas de uma forma totalmente digital. Deixo a nota que esta tendência da digitalização, quer dos canais de comunicação, quer dos canais de entrega, tem permitido à Brighten exportar a nossa capacidade. A digitalização permitiu simplificar toda a entrega de serviços, uma vez que os clientes também se adaptarem e não exigem que exista a presença física do consultor no mercado onde queremos atuar”.
Os principais desafios para os Parceiros com a entrada de grandes consultores no mercado de IT e a relação com a concorrência
O plano de recuperação e resiliência trata-se de uma verba importante para a digitalização. São perto de três mil milhões de euros destinados à digitalização, tanto do setor empresarial, como do próprio Estado para o setor público. É importante perceber o verdadeiro impacto do Plano de Recuperação Europeu (PRE) na transição energética e digitalização das sociedades.
Jorge Carvalho:
“Acreditamos que o tecido empresarial português vai efetivamente conseguir tirar partido desta oportunidade que será potenciada pelas nossas empresas para modernizar processos de negócio, modelos de negócio, transformação de modelos de negócio e aumentar a capacidade de produção e de entrega.
Muitas empresas já sabiam que deveriam ter efetuado investimentos nesta área da digitalização dos seus negócios, seja desde a simples implementação de um ERP, que lhes permita assegurar a gestão integrada da organização, a implementação de soluções de automatização da indústria 4.0, automatização de processos e business intelligence. A Brighten conta com uma unidade de negócio que se dedica exclusivamente à elaboração de projetos e à preparação, submissão e acompanhamento de candidaturas para financiamento a fundos europeus.
Nós estamos já a trabalhar com várias empresas no sentido de se prepararem para tirar partido destes financiamentos, logo que estejam disponíveis. Estamos a trabalhar até inclusivamente com fundos orientados para a inovação produtiva que inclui a digitalização, soluções digitais e soluções de tecnologia para suporte para novas capacidades ou a capacidade adicional de produção. Acreditamos que este fundo vai ser aproveitado pela pelas nossas empresas e que representa a oportunidade de negócio para o setor da consultoria e da tecnologia informática”.
As previsões e expetativas para 2022 numa palavra
Apesar dos desafios causados pelo contexto pandémico, os Parceiros mostram-se confiantes no PRE e otimistas para o ano que se avizinha.
Jorge Carvalho:
“Foco.
Este último período e o futuro próximo, vai ser de contínuo crescimento e é muito importante manter o foco no crescimento, nos clientes e nas nossas pessoas que, apesar de todas as vantagens do trabalho à distância, são afetadas pela tal falta de socialização.
É fundamental assegurar a qualidade e entrega de valor que se traduzirá num crescimento”.
Pode ver a edição completa aqui: https://www.itchannel.pt/news/negocios/parceiros-debatem-mudancas-de-paradigma-pos-pandemia